Adoçante: amigo ou inimigo?

Para uma alimentação saudável é imprescindível que consumamos pouco açúcar. A partir daí, os adoçantes passam a ser uma opção, mas eles também não são inofensivos.

Quando buscamos reduzir ou eliminar o consumo de açúcar, muitas vezes o adoçante é visto como substituto. Mas, eles também podem nos afastar de uma dieta saudável e não são a melhor opção para quem quer perder peso. O Guia Alimentar para a População Brasileira é claro: devemos sempre dar preferência ao consumo de alimentos na forma mais natural possível, com o doce próprio de cada um.

Adoçantes podem ser naturais, artificiais ou sintéticos. Os naturais são obtidos sem nenhum tipo de reação química, veem das plantas, a exemplo da estévia, ou de origem animal. Os artificiais ou sintéticos surgem através de reações químicas naturais ou não. Os mais comuns são sacarina, aspartame e sucralose.

 

A jornalista Lurian Leles utiliza dois tipos de adoçante: o artificial, para forno e fogão (para culinária) e o natural para adoçar o cafezinho e os sucos. “Eu uso adoçante há mais ou menos um ano e meio, depois que passei a me preocupar mais com meu peso. Eu quis cortar carboidrato e o açúcar e fiz essa opção, não foi prescrição. Tive essa indicação de trocar, mas mesmo o nutricionista pede para não usarmos adoçantes em demasia”, ressalta.

Não recomendado!

A recomendação dada à Lurian é correta. O adoçante não é um salva-vidas para quem está retirando o açúcar da dieta e não pode ser visto como tal. A coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa, explica: “o adoçante geralmente é usado nos casos confirmados de diabetes e seu uso deve ser indicado por médico ou nutricionista. Fora isso, ele não é recomendado”.

Michele Lessa diz ainda que pessoas que optam pelo adoçante precisam ao menos escolher aqueles de origem natural. E se a escolha for com o objetivo de emagrecer, este caminho não é seguro. “Não há comprovação de que o adoçante contribua para a perda de peso. O paladar se acostuma com o doce e a pessoa vai ter vontade de consumir mais coisas doces. O ideal é que a pessoa vá reduzindo aos poucos a quantidade de açúcar até perceber que os sabores naturais são mais gostosos sem adição de nenhum tipo de açúcares”, reforça.

O alerta é ainda mais importante para as crianças. A Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda adoçantes para este público, por não se saber os efeitos deles em longo prazo.

Produtos diet e light

Outra importante observação da coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde é sobre os produtos diet e light. Quando lemos estas palavras em algum rótulo, costumamos nos animar com a impressão de que são extremamente saudáveis. Mas isso não quer dizer que são. “Estes produtos, na maioria das vezes, possuem adoçantes artificiais e não são alimentos naturais, e sim processados ou ultraprocessados. Por isso, o consumo deve ser moderado”, aconselha.

Lurian segue com a opção pelos adoçantes, mas eles ainda não são preferência em seu paladar. “Não é a mesma coisa do açúcar, o gosto deixa um pouco a desejar, mas sempre que posso eu substituo”.

Acesse receitas para se alimentar melhor, na publicação do Ministério da Saúde Alimentos Regionais Brasileiros

Baixe o Guia Alimentar para a População Brasileira.

Fonte: Ministério da Saúde