Drones: juiz diz que implantação de telas em presídio de Dourados é ‘extremamente caro’

Uma conta judicial com R$ 1,5 milhão que, por lei, deve ser usado em melhorias da unidade está parada

Apontada como uma alternativa para barrar a entrada de drones na Penitenciária Estadual de Dourados, no sul de Mato Grosso do Sul, a implantação de telas não tem o aval do juizado de execuções penais. A justificativa seria o alto custo da medida.

“Extremamente caro. Nós já fizemos orçamento para isso antes que o sindicato tivesse pedido. Uma estrutura. Uma obra muito grande. São mais de vinte mil metros descobertos para se colocar tela. Ela é praticamente uma obra de engenharia muito cara”, argumentou o juiz Cesar de Souza Lima.

Em uma conta judicial está disponível R$ 1,5 milhão que deve ser usado, por lei, em melhorias na unidade de segurança do segundo maior município do estado.
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A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) estima em R$ 300 mil o custo para cobrir os três pavilhões da penitenciária de Dourados. O secretário Antônio Carlos Videira disse que já se reuniu com uma empresa do segmento.

“Oferecemos a ele a possibilidade de uma unidade aqui da capital instalar uma fábrica de telas, onde, além de proporcionar trabalho aos presidiários, nós teríamos a remissão da pena e utilizaríamos as telas em presídios do estado. Iniciando, primeiramente, em Dourados”, afirmou o secretário.

A tela tem funcionado em presídios de outras regiões do país, como São Paulo e Paraná. Na capital paulista um drone não conseguiu entregar celulares e drogas porque a encomenda ficou presa na trama. Em Curitiba, a estrutura foi instalada já na construção dos presídios.

Mato Grosso do Sul também busca um sistema de bloqueio do sinal dos aparelhos. Os equipamentos são de tecnologia nacional e têm sensores que detectam os drones a um quilômetro de distância e ativam um campo de força que os obriga a pousar.

A versão mais acessível custa R$ 150 e a mais cara, R$ 450 mil. O sistema foi usado no Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Da abertura ao encerramento, quase 200 drones foram bloqueados quando tentavam sobrevoar as instalações esportivas.

Quase metade dos 15 mil presos em Mato Grosso do Sul são ligados ao tráfico e a facções criminosas. Sem sistemas que impeçam as entregas de drogas, celulares e até armas a eles, a Penitenciária de Segurança Máxima de Dourados segue como um alvo fácil. Apesar da capacidade da unidade ser de 700, hoje tem 2400 detentos.

“Como na maioria das penitenciárias estaduais, nós temos uma superlotação, organizações criminosas, um déficit de pessoal e prontas a um colapso”, afirmou o juiz Cesar de Souza Lima. (TV Morena)

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