O Brasil tem jeito, sim por Waldir Guerra

O Brasil tem jeito, sim por Waldir Guerra
Jeito tem e não está tão difícil de consertar.

A situação econômica do Brasil continua muito ruim; são 13 milhões de desempregados. As consequências disso estão aí bem evidentes e são muitas, mas basta ver o aumento da criminalidade que é a mais cruel de todas – ela assusta. E isso tem jeito?

Jeito tem e não está tão difícil de consertar. Já foram feitas algumas coisas boas, como tirar do governo a presidente Dilma, por exemplo; isso foi traumático, mas necessário senão a situação hoje estaria muito pior.

Fizemos o controle das contas públicas. Hoje o país já está com superávit. Conseguimos com isso controlar a inflação que é uma das piores coisas, pois corrói o salário dos trabalhadores. Agora só falta fazer duas coisas, a Reforma da Previdência e fazer que o povo seja mais patriota, ou melhor dizendo: que os eleitores sejam mais patriotas. E um bom exemplo tive faz muito tempo…

Em 1981 a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes, da qual participávamos alguns produtores de soja do MS, promoveu uma viagem aos Estados Unidos para aprendermos com os americanos suas técnicas na produção de sementes de soja – sim, pois eles eram os maiores e melhores do mundo nisso naqueles tempos e nós brasileiros estávamos iniciando a sojicultura no país.

De Chicago, onde desembarcamos e antes de partirmos para as visitas aos grandes produtores, queríamos conhecer a Bolsa de Mercadorias de Chicago, afinal, desde aquela época e ainda hoje, os preços mundiais da soja são determinados lá e por ela. Acordamos cedo e saímos do hotel caminhando, pois o prédio da Bolsa era pertinho.
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Ruas desertas as 7:00 horas da manhã e todos nós estranhamos quando vimos um prédio antigo e grandioso que não possuía nenhuma propaganda política e nenhum papel colado de candidato – era tempo de eleições nos Estados Unidos e havia propaganda política em todas as casas e pichações em todos os muros.

Por que esse prédio está limpinho e sem propagandas perguntamos ao americano que nos conduzia? Ele respondeu: “Mas este é o prédio dos Correios; é um prédio público e todos os candidatos sabem que os cidadãos americanos ficam irritados com os que sujam coisas públicas, ou explicando melhor: colocar propaganda ali perde voto”.

Pois é, ao ouvir a explicação alguém lembrou das campanhas políticas no Brasil que aqui se emporcalhava tudo também e principalmente o que era público.

Já melhoramos muito porque nossas campanhas não sujam tanto as ruas como antigamente, mas o que nossos representantes fazem com as coisas públicas pioramos demais. E não são apenas os políticos que roubam descaradamente os recursos púbicos como estamos vendo através da Operação Lava Jato, mas a culpa disso tudo é dos eleitores e não adianta lamentar agora. Com a Constituição de 1988 criamos direitos demais – e de menos com obrigações individuais.

Não dá para continuar assim.

Na última década o sonho de nossa juventude foi ser funcionário público – e muitos conseguiram. Só que agora os governos male mal conseguem pagar-lhes os salários. Ficam faltando recursos para estradas, hospitais e a educação. Principalmente à educação para prepararmos melhor o futuro do país e melhorarmos o patriotismo dos brasileiros.

Acredito, sim, que o Brasil tem jeito e também acredito que essa Operação Lava Jato será o norte para orientar os eleitores na eleição de 2018.

Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, secretário do Estado e deputado federal. ([email protected])

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