Juros do cartão passam de 460% e mantêm maior taxa desde 1995

Taxa média de juros teve o 24º aumento seguido em setembro. No cartão de crédito, juros foram de 463,03% ao ano e de 15,49% ao mês.

As taxas de juros das operações de crédito voltaram a subir em setembro, completando 24 meses seguidos de elevações, segundo levantamento divulgado na terça-feira (11) pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
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Das seis linhas de crédito pesquisadas, todas tiveram suas taxas de juros elevadas no mês (juros do comércio, cartão de crédito, cheque especial, CDC-bancos – financiamento de automóveis, empréstimo pessoal – bancos e empréstimo pessoal – financeiras).

No cartão de crédito, os juros subiram de 451,44% ao ano em agosto para 463,03% em setembro (de 15,29% para 15,49% ao mês). Trata-se da maior taxa desde dezembro de 1995, quando estava em 478,43% ao ano e 15,75% ao mês.

No cheque especial, os juros foram de 309,24% ao ano (12,46% ao mês) em setembro, ante 296,33% em agosto (12,16% ao mês). Trata-se da maior taxa desde março de 1999, quando estava em 13,3% ao mês e 347,46% ao ano.

No empréstimo pessoal em bancos, os juros foram de 73,52% ao ano (4,7% ao mês) em setembro, ante 72,53% em agosto (4,65% ao mês). Trata-se da maior taxa desde maio de 2011, quando estava em 4,75% ao mês e 74,52% ao ano.

A taxa de juros média para pessoa física subiu de 8,13% ao mês em agosto (155,48% ao ano) para 8,24% ao mês em setembro (158,61% ao ano). Esse é o maior valor desde julho de 2003, segundo a Anefac, quando foi de 8,32% ao mês e 160,92% ao ano.

Pessoa jurídica

Das três linhas de crédito pesquisadas para pessoa jurídica, todas subiram em setembro, segundo a Anefac. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica passou de 4,75% ao mês (74,52% ao ano) em agosto para 4,81% ao mês (75,72% ao ano) em setembro – a maior taxa de juros desde agosto de 2003 (4,86% ao mês e 76,73% ao ano).

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Fatores

Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, as elevações podem ser atribuídas ao cenário econômico que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência.

Os índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros cada vez maiores reduzirem a renda das famílias. E a recessão econômica deve levar ao crescimento dos índices de desemprego.

“Tudo isso somado e o fato de as expectativas para 2016 serem igualmente negativas leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência”, diz.

Já para os próximos meses, Oliveira acredita que tendo em vista o cenário econômico atual, que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses.

“Há, entretanto, a possibilidade de o Banco Central começar a flexibilizar sua política monetária a partir deste mês reduzindo a taxa básica de juros (Selic).

Se esse fato ocorrer, pode contribuir para que as taxas de juros das operações de crédito comecem igualmente a ser reduzidas nos próximos meses. Mas isso vai depender que a inadimplência fique estável”, explica. (www.idec.org.br )

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