Sem China, com avanço da colheita no Brasil e valorização do dólar, soja em Chicago recua 10 pontos

Nesta sexta-feira (3), o mercado da soja encerra na Bolsa de Chicago (CBOT) com quedas nas cotações. O vencimento março se mostra a US$10,27/bushel, enquanto maio, US$10,37/bushel, perdendo 10 pontos.

De acordo com Mario Mariano, da Novo Rumo Corretora, as altas apresentadas em sessões anteriores vieram em decorrência de uma expectativa pelo aumento da taxa de juros dos Estados Unidos. Esta situação não se concretizou e, além disso, o número de desempregados aumentou no país além do esperado pelo mercado, o que leva este aumento das taxas a demorar um pouco. “Por essa razão, volta-se a vender grãos e a investir em commodities agrícolas”, aponta.
Por outro lado, o desenvolvimento da safra na América do Sul se encontra em bom estado no momento, sobretudo na Argentina, que indica que não será grande o desabastecimento de farelo de soja. A valorização do dólar, por sua vez, comprime e pressiona as commodities para baixo.
Também não foram concretizados novos grandes volumes de vendas para a China, mas novas informações sobre o mercado de demanda devem aparecer na próxima semana.
No Brasil, a restrição de oferta por parte dos vendedores parte por conta de um atraso na colheita, uma postura mais retraída dos vendedores e do aumento do transporte. Os produtores do Mato Grosso, que já possuem de 55% a 60% da sua safra negociada, não possuem pretensão em voltar a vender com os preços em baixa.
Um fôlego por conta da colheita pode afirmar uma maior participação dos produtores, mas essa participação deve ser mais impulsionada por um fluxo de caixa. “Enquanto não tiver uma equação fechada, os produtores não voltarão ao mercado – apenas em vendas pontuais”, explica Mariano.
Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas
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