Vendas no comércio caem em janeiro, diz IBGE

Vendas no comércio caem em janeiro, diz IBGE
Em relação a janeiro de 2016, a queda é de 7%, 22ª taxa negativa nesse tipo de comparação.
As vendas do comércio varejista brasileiro recuaram 0,7% em janeiro ante dezembro, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (30). É o segundo mês consecutivo de queda. Em relação a janeiro de 2016, o recuo é de 7%, 22ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. No acumulado de 12 meses, a queda é de 5,9%, mantendo as taxas negativas desde maio de 2015.
A gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, destacou que, embora a queda mensal em janeiro tenha sido disseminada na maioria dos setores pesquisados, o que impediu um recuo maior foi o setor de hipermercados, que se manteve estável depois de ter registrado queda de 3% em dezenmbro. “É bom a gente lembrar que janeiro não é um bom mês para o comércio, porque há muito incidência de impostos, o que impacta as vendas”, explicou.
De acordo com o IBGE, o volume de venda de seis das oito atividades pesquisadas tiveram queda, com destaque para equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-4,8%), combustíveis e lubrificantes (-4,4%), livros, jornais, revistas e papelarias (-1,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%) e móveis e eletrodomésticos (-0,1%).
Por outro lado, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, atividade de maior peso na estrutura do varejo, registrou variação próxima à estabilidade (0,2%) e tecidos, vestuário e calçados, com variação de 4,1%, teve resultado em janeiro influenciado pelas promoções de queima de estoques do Natal.
Segundo Isabella, a inflação, a evolução do crédito e o mercado de trabalho são fatores que impactam no consumo, e a pressão menor vem dos preços e dos juros atualmente. “O mercado de trabalho ainda se mantém em taxas negativas, impactando o consumo de forma geral. As famílias precisam se manter dentro do seu orçamento. Elas sabem que se saírem do seu orçamento, elas vão estar pagando juros mais elevados para comprar os seus bens, então é natural que elas façam um movimento de retenção dos seus gastos”, comentou.