Presa na Lama Asfáltica, Mariane atuava como ‘laranja’ para o pai

Uma das 15 pessoas presas na 2ª fase da Operação Lama Asfáltica, deflagrada nesta terça-feira (10), a médica Mariane Mariano de Oliveira teria atuado como ‘laranja’ do pai, o engenheiro Wilson Roberto Mariano de Oliveira, mais conhecido como Beto Mariano.
A filha do assessor especial da Coordenadoria de Suporte e Manutenção de Empreendimentos da Agesul (Agencia Estadual de Gestão de Empreendimentos), que também é ex-prefeito de Paranaíba, teria conhecimento das atividades ilícitas da família e deixava cheques em branco assinados para Beto Mariano usar.
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Em ligação interceptada dia 13 de maio de 2014, às 07h59, pela PF (Polícia Federal), um contador pergunta em qual conta corrente deveria depositar o pagamento de um cliente de Beto Mariano e o engenheiro repassa as informações da filha.
Em outras ocasiões, o investigado recebe ligações do Banco Sicred e confirma diversos pagamentos em cheque que estão no nome da médica, dando a entender que Mariane deixava um talão em branco já assinado nas mãos do pai, que é suspeito de enriquecer ilicitamente.
“Além dos imóveis, Beto Mariano movimenta uma conta corrente que está em nome de sua filha Mariane. Em apenas um dia, o Sicred liga para Beto para confirmar a emissão de quase 100 mil reais de cheques em nome de Mariane. Beto adquiriu um terreno no condomínio Damha 3 [do grupo Encalso que também é investigado pela Operação] e movimentou dinheiro na conta de sua esposa Maria Helena, durante o período interceptado”, diz a PF.
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Mariane – Foto: Reprodução/PF
Mariane possui duas fazendas: Vista Alegre, distante 19 km de Rio Negro, e Maravilha, em Rio Verde. Conforme a PF, a primeira propriedade foi negociada por R$ 1,73 milhão, o equivalente a R$ 1.629 por hectare, valor bem abaixo do mercado imobiliário local, em que o hectare não sai por menos que R$ 3 mil.
A fazenda teria sido vendida pelo pecuarista Humberto Pó para Beto Mariano, para o ex-secretário de Obras, Edson Giroto, e para o coordenador da Agesul, João Afif Jorge. Giroto e sua esposa, Rachel Rosa de Jesus Portela Giroto, também foram presos na manhã de hoje.
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Giroto e sua esposa, Rachel Rosa – Foto: Fernando Soares
Tráfico de influência
No período analisado pelas autoridades policiais, Beto ainda compra animais para a sua fazenda e para Edson Giroto, destacando sempre a divisão de bens. Ainda conforme os autos, ele também seria sócio na empresa 3ª Rural Engenharia, especializada em assessoria para produtores rurais no âmbito administrativo ou judicial.
Ainda segundo as investigações da PF, o engenheiro intermediava as negociações para fraudar as medições de obras públicas, atendendo empresários e orientando os fiscais da Agesul. Além disso, ele teria usado da sua influência no Poder Público para realizar benfeitorias em regiões que beneficiariam produtores rurais.
Em ligação telefônica interceptada em 18 de novembro de 2014, às 14h11, Beto repassa ordens para o chefe da 10ª Residência Regional da Agesul em Coxim, Ghitinon Malta, sobre alocação de mão-de-obra e material da instituição para obras em fazendas no interior do Estado, revelando possível tráfico de influência.
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Beto Mariano – Foto: Reprodução/PF
As solicitações eram constantes, pois as obras valorizam o preço de mercado das fazendas. De acordo com a PF, em determinados momentos o ex-prefeito se recusava a conversar com autoridades do alto escalão por telefone, possivelmente para evitar a produção de provas de atividades ilícitas.
Em diálogo interceptado em 19 de novembro de 2014, às 11h28, por exemplo, a auditoria-geral do Estado Tatiana Silva da Cunha Pfifer é flagrada pedindo benefícios para uma de suas propriedades, mas não há relatos de possível troca de favores. “E naquela partezinha minha lá, você e o Giroto não vão fazer nada não, naquele negócio lá?”, questiona.
Fazendas de Lama
O ex-prefeito seria mais um integrante do grupo criminoso que teria fraudado licitações de obras públicas em todo o Estado. Conforme a Operação Lama Asfáltica, a quadrilha atuava em todas as esferas do poder, corrompendo agentes públicos e empresários para a manutenção do poder de um grupo específico que escolhia as melhores e mais caras obras executadas em Mato Grosso do Sul.
Os suspeitos teriam cometido os crimes de sonegação fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e fraudes à licitação. Na 2ª fase da investigação, batizada de Fazenda de Lama, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Presidente Prudente (SP), Tanabi (SP), Curitiba (PR), Maringá (PR), Campo Grande (MS) e Rio Negro (MS).
O delegado regional do Crime Organizado da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Cleo Mazzotti, afirmou que, nesta fase, ficou constatado o desvio de R$ 33 milhões, que somados aos R$ 11 milhões da primeira fase, totalizam R$ 44 milhões de recursos desviados. Também foram presos André Luiz Cance, João Amorim, Flávio Henrique Garcia, Ana Paula Amorim Dolzan, Ana Lúcia Amorim, Renata Amorim Agnoletto, Ana Cristina Pereira da Silva, Maria Vilma Casanova, Hélio Yudi Komiyama, Evaldo Furrer Matos e Elza Cristina Araújo dos Santos.
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