Brasil terá 5º pior crescimento das Américas, diz FMI

Brasil terá 5º pior crescimento das Américas, diz FMI

Crescimento do Brasil só não fica atrás do previsto para Venezuela, Trinidad e Tobago, Suriname e Equador nas Américas
O aumento das exportações e uma desaceleração na queda do consumo dos brasileiros levaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a melhorar sua previsão para o crescimento da economia do país em 2017, de 0,3% para 0,7%.
Ainda assim, em todas as Américas, o avanço econômico do Brasil só não será pior que os de Venezuela (-12%), Trinidad e Tobago (-3,2%), Suriname (-1,2%) e Equador (0,2%).
Segundo o FMI, os brasileiros ainda não superaram os impactos de dois anos seguidos de recessão e verão um crescimento menor que o de outros 30 países das Américas, entre os quais Haiti (1%), México (2,1%) e Argentina (2,5%).
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Para o FMI, comandado por Christine Lagarde, os brasileiros ainda não superaram os impactos de dois anos seguidos de recessão
Desde que assumiu o governo, em 2016, o presidente Michel Temer enfrenta sucessivas denúncias de corrupção contra si e seus principais auxiliares.
O presidente foi denunciado pelo Ministério Público Federal por crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa – enquanto os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) são acusados de organização criminosa.
O parecer sobre a denúncia deve ser lido nesta terça-feira em reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.
Previdência e privatizações
Enquanto o Brasil deve crescer 0,7% em 2017, a média de países da América Latina e Caribe está prevista para 1,2%.
As economias que mais se desenvolverão na região, segundo o FMI, serão as de Panamá (5,3%), República Dominicana (4,8%), Nicarágua (4,5%) e Bolívia (4,2%).
Já os Estados Unidos e o Canadá crescerão, respectivamente, 2,2% e 3%.
Além da incerteza sobre o futuro político no Brasil, o crescimento do PIB a passos de tartaruga se deve, segundo o FMI, a uma “fraqueza contínua nos investimentos” e ao distanciamento dos brasileiros das prateleiras – mesmo com a liberação das contas inativas do fundo de garantia, classificada como “impulso para o consumo”.

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Além das exportações, diminuição menos acelerada do consumo dos brasileiros levou FMI a melhorar a previsão de crescimento para o país
Apesar de a aprovação do governo pelos brasileiros ser a mais baixa desde 1986 (3%, segundo o Ibope), o fundo exalta a agenda de reformas em curso.
“Uma restauração gradual da confiança (no Brasil) – conforme reformas fundamentais para garantir a sustentabilidade fiscal sejam implementadas ao longo do tempo – deverá aumentar o crescimento para 2% no médio prazo”, aponta o órgão.
Para o FMI, a reforma da Previdência seria um dos fatores-chave para estimular empresários a voltarem a investir.
“No Brasil, o enfrentamento de despesas insustentáveis, incluindo a reforma do sistema de pensões, é uma questão de primeira ordem para que se restaure a confiança e se promova o crescimento sustentável do investimento privado”, recomenda o fundo.
Na semana passada, em São Paulo, o presidente Temer fez coro com o fundo internacional. “Temos de fazer a reforma, porque é evidente que os dados da Previdência, que gera deficit extraordinário, estão pautados pelo período em que o homem vivia até os 60 anos, 65 anos. Hoje, vive 80 ou mais. Daqui a pouco, viverá 140”, afirmou.
Em meio às denúncias de corrupção e à proximidade das eleições de 2018, a proposta, no entanto, enfrenta dificuldades no Congresso.

Relatório do FMI destaca esforços para tornar o programa de concessões de infra-estrutura mais atraente para os investidores
Apresentada como uma emenda à Constituição, a reforma da Previdência precisa das assinaturas de pelo menos 308 dos 513 deputados em duas votações, além do apoio de 49 dos 81 senadores.
O Fundo também apoia o programa de privatizações proposto pelo presidente.
No relatório, o FMI destaca “os esforços em curso para tornar o programa de concessões de infraestrutura mais atraente para os investidores, ao mesmo tempo em que se melhoram os padrões de governança e as características do programa”.
A nova etapa do pacote de Temer transfere 57 empreendimentos, entre aeroportos, linhas de transmissão de energia, campos de petróleo e ferrovias, a investidores do Brasil e do exterior.
Fonte: BBC Brasil

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