Após perder 57 kg, ex-obesa de MS faz brechó com peças a partir de R$ 30

Vanessa Ricarte emagreceu 57 kg e pulou do manequim 50 para o 38. Brechó Express da Vavá tem roupas e sapatos novos e semi-novos.
Do G1 MS
O ano de 2016 vai começar com mais espaço no guarda-roupas e sensação de desapego para a jornalista Vanessa Ricarte, 33 anos. Os 57 kg a menos na balança trouxeram tanta mudança para ela que até roupas passaram por renovação. As peças que vestiam o corpo de quase 120 kg deixaram de ser usadas e ficaram guardadas anos em malas de viagem até serem colocadas à venda no Brechó Express da Vavá, em Campo Grande.
Vanessa disse ao G1 que a ideia é desapegar das roupas seminovas que não servem mais e nunca voltarão a servir no que depender dela. “Desde que comecei processo de emagrecimento fui guardando, lavava e guardava pra depois ver o que ia fazer. Algumas eu doei, outras que eu tinha mais apego fui guardando em mala, quando mudei de casa, pedi pra minha mãe levar para Três Lagoas, aí surgiu a ideia de vender no brechó”, explicou.
Em outubro de 2013 o G1 entrevistou Vanessa e o amigo Fabrício Bazé. Na época, os dois dividiam as experiências do emagrecimento em um blog, ela sobre atividades físicas e alimentação e ele sobre preparativos da cirurgia bariátrica.
Hoje aos 66 kg, ela usa o manequim tamanho 38, feito que não pretendia atingir quando usava tamanho 50. O sonho dela de adolescência era pesar 75 kg, mas a meta foi diminuindo conforme a mudança de hábitos.

A decisão de se desfazer das roupas não foi fácil porque cada peça representa para ela uma fase do processo de emagrecimento. “Fiquei mais com dó de desfazer por causa disso, porque cada vez que eu trocava de manequim era uma superação. Agora é uma questão de desapegar, é uma sensação de felicidade que até me surpreendi”, justificou.
Peças
No brechó improvisado em casa, ela vende biquínis, calças jeans e vestidos de festa que variam do tamanho, do 40 ao 48, com preços a partir de R$ 30. Sapatos e acessórios também estão na arara de vendas, já que a perda de peso também diminuiu medidas de pulso e tamanho dos pés.
Ela acredita que ideia de brechó está na moda diante da crise econômica, já que muitos consumidores buscam qualidade e bom preço.
“Não é mais negócio de caridade ou de roupa velha, feia. Está em voga porque a crise econômica está aí e sempre fui muito cuidadosa com as minhas coisas, então, tenho várias peças que comprei no impulso e nunca usei. Eu tinha umas loucuras, ficava apaixonada pela roupa que não me servia, mas comprava pensando que quando eu emagrecesse iria usar e depois não ficava boa”, relembrou.
O impulso por compras existia na mesma época da compulsão por do doces, segundo ela, que hoje diz ter conseguido contornar os dois problemas.
Aprovação
As clientes-amigas, como são chamadas por Vanessa, aprovaram a ideia. “Comecei chamando as amigas e conhecidas pelas redes sociais. As meninas ficaram super felizes de ver que as roupas estavam bem cuidadas, muitas até sem uso. O negócio está tomando uma proporção muito grande, a mulherada pedindo para abrir loja. Eu era gordinha, mas também tinha bom gosto, sempre gostei das coisas que ficava melhor, que a gente sabe da limitação de ser acima do peso”, avaliou.
Animada com a novidade, a jornalista diz que nas redes sociais várias pessoas procuram informações e pedem para reservar as peças. As amigas já querem até passar roupas para ela vender no brechó também. “Tem gente querendo deixar comigo para eu vender e depois dividir o valor”, contou.
Conselho de ex-obesa
Quando questionada se emagrecer com saúde é caro, Vanessa ressalta que depende da determinação da pessoa e do planejamento financeiro.
“Comecei a dieta quando estava na fase com mais dificuldade financeira, então, a dica que eu dou é começar a olhar o próprio orçamento para ver o que está gastando e o que pode mudar. Às vezes a pessoa fala que não tem dinheiro, mas gasta R$ 20 na padaria quando pode usar esse mesmo valor para comprar verdura, frutas, coisas saudáveis”, explicou.
O segredo dela é se reeducar e mudar os hábitos de vida, da alimentação até o comportamento.Folha de Dourados